7 prêmios Bafta, 12 indicações no Oscar, 4 ganhos, sendo um deles de melhor filme. É somente com essa informação que muitos chegam aos cinemas para assistir “O Discurso do Rei”, esperando mais um filme sobre a monarquia inglesa. Pois bem, não é o que acontece. Mas sim, um possível lado B durante o reinado de George VI- inicialmente príncipe Albert, Duque de York-, quando quase nada do que se é relatado está envolvido com fatos históricos, guerras, nazismo e aspectos ocorridos na época.
Talvez os prêmios tenham sido ganho pelo lado emocional existente entre a amizade do Rei gago e Lionel Logue,o terapeuta plebeu, australiano e não diplomado, que muitas vezes, através de seus métodos incomuns, rouba a cena e risadas do espectador.
Colin Firth não decepciona, desde a primeira cena seu desempenho é posto à prova, a gagueira é convincente, as variações de humor são fascinantes, e as expressões incontestáveis. Junto a ele, está Helena Bonham Carter, que ao contrário do protagonista, não recebe a estatueta do Oscar (quem leva é Natalie Portman, com Cisne Negro). Geoffrey Rush, o coadjuvante hilário, é conhecido de outro filme Real, Elizabeth: A Era de Ouro – fora atuações em Piratas do Caribe. E, segundo boatos algumas de suas falas foram retiradas do verdadeiro diário de L. Logue.
Mas é claro que nem todas as cenas são marcadas pela emoção entre Duque e terapeuta, há também os momentos em família. A morte do Rei George V, as relações com o irmão que não cumpre seu papel monarca, abdicando o trono para ficar com Wallis Simpson, a americana divorciada pela segunda vez. E os momentos fraternais com suas duas filhas, sendo a mais velha, futura rainha Elizabeth II.
Devendo ou não, o orgulho inglês existe. Graças ao representante que supera dificuldades existentes desde os cinco anos de idade, para ajudar e satisfazer seu povo. E este, que literalmente está “a todo ouvido” nas transmissões de rádio marcadas pela expectativa da Segunda Guerra Mundial.
É um filme ilustrado, na história e na fotografia, elementos clássicos (discos, pinturas, dias nublados, figurinos) que o torna lindo! Gostoso de se assistir, os 118 minutos passam rápido, dando a sensação de que escolheu o filme certo na lista de produções que nos oferecem atualmente.